As doenças cardiovasculares (infarto do miocárdio e AVC) são a primeira causa de morte em mulheres pós menopausa, ceifando mais vidas que câncer de mama e endométrio. Até a menopausa as mulheres se beneficiam da proteção vascular do estrógeno, e após a menopausa elas passam a apresentar infarto e AVC igual aos homens. No momento, grandes estudos mostram que a reposição hormonal não protege contra a aterosclerose, sendo utilizado para melhorar sintomas menopáusicos, osteoporose, etc.
As mulheres, com suas jornadas exaustivas, vida corrida, sendo donas de casa, esposa, mãe e como profissional, muitas delas sendo a provedora do lar, estão mais estressadas, sedentárias, engordando, fumando e bebendo mais e como consequência incidência aumentada de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.
Quais os fatores de risco para doenças cardiovasculares?
O diabetes tipo II está associado a obesidade, circunferência abdominal aumentada, hipertensão, dislipidemia (colesterol e triglicérides elevados) e de resistência à insulina, complexo denominado de síndrome metabólica, que se relaciona a maior risco de doença coronária.
As mulheres que fumam têm um risco cardiovascular 5 a 9 vezes maior que as não fumantes, em qualquer idade.
Existe hoje uma epidemia de obesidade em alguns países, onde 30% das mulheres estão obesas, aumentando em 7 vezes a mortalidade cardiovascular.
A hipertensão arterial acomete 30% da população adulta, sendo uma doença que é praticamente isenta de sintomas e uma das maiores responsáveis pelas cardiopatias.
Infarto do miocárdio em mulheres
Muitas vezes a forma de apresentação do infarto do miocárdio no sexo feminino ocorre de forma atípica, como desconforto ou pontadas no peito, sensação de falta de ar, sem sintomas característicos, dificultando o diagnóstico e atrasando o tratamento adequado, levando a sequelas do infarto, tipo: arritmias e insuficiência cardíaca. A mortalidade por infarto é maior em mulheres com menos de 60 anos do que em homens da mesma idade.
Como prevenir o infarto do miocárdio em mulheres?
A prevenção das doenças cardiovasculares em mulheres requer uma identificação precoce dos fatores de risco, com tratamento agressivo da hipertensão, dislipidemia, diabetes, sobrepeso e obesidade, abandono do tabagismo e incremento de exercícios físicos 3 a 5 vezes por semana. A aspirina em baixas doses deve ser prescrito como prevenção primária apenas nas pacientes com risco alto (acima de 10% em 10 anos para ter um infarto).
Mulheres jovens devem ser estimuladas a ter um estilo de vida saudável, dieta pobre em gorduras e rica em fibras, fazer atividade física regular, ter peso corporal ideal e realizar check-up anual após os 40 anos e mais precocemente na presença de antecedentes familiares de infarto, AVC e diabetes.
FÁBIO ALMEIDA DE MEDEIROS
CRM-PB 3443
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